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Dica de livro: “O Retrato de Dorian Gray”

Minhas impressões sobre o romance de Oscar Wilde.


O Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde) resume a vida de um homem que viveu para a beleza, juventude e prazer. Ao se ver tão belo em uma pintura, Dorian desejou nunca envelhecer, e essa benção lhe foi concedida. O que ele não esperava era que o seu retrato refletiria não apenas a sua velhice, mas também todos os seus pecados.

Na minha visão pessoal, esse, na verdade é um livro sobre influenciar e ser influenciado. Dorian deixou-se influenciar pela pintura dele mesmo feita por seu amigo Basil, na qual o próprio Gray representava um ideal de beleza; deixou-se influenciar pelas ideias (muitas vezes pessimistas) de seu amigo Henry; e principalmente pelas ideias que estavam no livro que ganhou de Harry. Ele tornava-se uma pessoa cada vez mais egoísta, vaidosa e imoral, e assim influenciou muitas pessoas ao seu redor, como Sybil Vane. Foi desvirtuado, e em um efeito dominó, desvirtuou aqueles que o admiravam. Mas, por se enxergar no espelho tão belo e imaculado, não conseguia direcionar o olhar ao seu retrato amaldiçoado, pois aquele era o seu verdadeiro eu: feio, velho, medíocre, pecante.

É um livro sobre a coragem de assumir quem se é, se redimir pelos erros que cometidos e entender que nossos atos e opiniões podem trazer vitórias ou ruínas, tristeza ou alegrias, amor ou ódio. É um livro sobre a vida, arte e moral, que traz a famosa reflexão sobre o que é bom e o que é ruim.

Minha lição do livro é: a busca incansável pelas futilidades consome sua alma. Seja bom e decente, e se preocupe com os outros. Pois tudo o que você oferece ao mundo é apenas um reflexo da sua essência.

Comprei uma versão baratinha, mas me arrependi depois que achei essa versão perfeita do livro na Amazon e fiquei doida pra comprar: https://amzn.to/3yTBHOv.

Segue alguns dos meus grifos do livro:

“Porque influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. Ela deixa de pensar seus pensamentos naturais, de arder com suas paixões naturais. Suas virtudes não são reais para ela. Seus pecados, se é que há algo como pecado, são emprestados. Torna-se o eco da música de outra pessoa, o ator de um papel que não foi escrito para ela.”

“O objetivo da vida é nosso desenvolvimento pessoal. Compreender perfeitamente a nossa natureza, é para isso que estamos aqui. Hoje em dia, as pessoas temem a si próprias. Elas esqueceram que o mais importante dos deveres: o dever que elas têm para consigo mesmas. Obviamente não deixam de ser caridosas. Elas alimentam os famintos e vestem os pobres. Mas sua próprias almas estão famintas e nuas.”

“[…] Acontecia com frequência que, quando pensávamos que estávamos experimentando os outros, estávamos realmente experimentando a nós mesmos.”

Algumas curiosidades sobre o livro:
1. É o único romance de Oscar Wilde (suas demais obras são peças teatrais).

2. Ao ser publicado, gerou uma grande controvérsia e foi criticado por sua alegada imoralidade, o que levou Wilde a revisar a obra e adicionar um prefácio que defendia a arte pela arte, um manifesto de sua filosofia estética.

3. O autor escreveu “O Retrato de Dorian Gray” em apenas três semanas.

4. A conexão entre a vida de Wilde e sua obra é evidente, pois muitos veem no personagem de Lord Henry Wotton um alter ego do próprio Wilde, expressando muitas de suas visões cínicas e hedonistas sobre a sociedade.

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